MOULIN, Léo, A Vida Quotidiana dos Estudantes na Idade Média, trad. Maria Isabel Braga, Lisboa, Edição «Livros do Brasil», 1994, 395 pp., A5-148 x 210 mm.
Vera Grilo, Historiadora
A presente obra é da autoria do consagrado sociólogo e historiador Léo Moulin. No seu currículo destaca-se o papel de Doutor em letras (Bolonha) e em Filosofia (Bruxelas), assim como professor emérito do Colégio da Europa (Bruges) e das Faculdades Notre Dame-de-la-Paix (Namur).
A alusiva obra tem como grande tese ou assunto central uma abordagem global do Sistema Universitário Medieval. Com esse intuito são enunciadas três grandes temáticas, em torno do Estudante, Mestre e Universidade (enquanto organismo institucional).
É notória uma exposição de várias problemáticas historiográficas. Contudo e apesar de apresentadas de forma clara, não podem oferecer uma visão unilateral de um conjunto de aspectos por vezes dualistas. Torna-se inevitável questionar:
- Como enquadrar um anticlericalismo estudantil evidente, numa sociedade marcadamente Teocêntrica?
- Como definir uma juventude que oscila entre a vagabundagem e um desejo de conhecimento erudito?
- Como explicar uma necessidade extrema de fixação dos docentes ao meio onde leccionam, tendo em atenção que muitos deles não eram o modelo exemplar a seguir?
- Num sistema global, como conciliar dois modelos universitários (Paris e Bolonha), tendo em conta os seus particularismos e individualidades?
Na primeira parte intitulada os Estudantes J. Moulin apresenta-nos o Estudante Medieval, remetendo o leitor para um mundo complexo e ao mesmo tempo dualista. Se por um lado, o espaço citadino poder-se-á confundir com uma certa instabilidade ressaltando a dificuldade de integração do caloiro, não devemos contudo, descorar a acção de um grupo estudantil eufórico, responsável pela criação de um certo clima de insegurança e mal estar gerais. Ao paradigma do bom estudante exaltado em manuais de comportamento como Opera Scholarium, opõe-se uma massa estudantil gastadora, encontrando o expoente máximo de um Radicalismo Revolucionário na Trilogia Goliarda: “Jogo, Vinho e Amor”.
Devemos ter presente a posição estudantil em termos de estatuto social e inevitavelmente um conjunto de privilégios provenientes da sua condição de clérigos.
Evidenciamos um constante interesse estatal em modelar cidadãos, no intuito de os tornar cultos e capazes de assumir funções pragmáticas. As Bolsas de Estudo tanto de iniciativa pública como privada, permitiram o acesso à cultura, mais abrangente em termos sociais e económicos.
A relação Aluno/Mestre torna-se por vezes ambígua. Apesar do número reduzido de Licenciados na realidade, alguns alunos foram além do Bacharelato chegando a receber o Diploma, Livro, Anel e Barrete de Doutor. Curiosamente identifica-se um paralelismo entre o Exame Final e o Juízo Final.
Face a um sentimento de desenraizamento e heterogeneidade racial e cultural, a estrutura estudantil vê emergir organizações de estudantes em nações. Por vezes, este sentimento de extremo nacionalismo irradiará em violentos confrontos entre estudantes.
Na segunda parte designada por «Mestres» é fornecida uma visão global do conceito enunciado. Curiosamente, denotamos que ao longo dos anos o número de docentes aumentou ao passo que o número de estudantes diminuiu. Este aumento de professores liga-se a uma exigência por parte de algumas escolas, em garantir a permanência dos Mestres no mesmo lugar ano após ano.
No que concerne a salários, é notória uma conexão entre o montante e o prestígio do próprio professor. Sem dúvida, sobressai a superioridade salarial e a importância social dos Mestres em Teologia e Direito Canónico, adjunto de privilégios de ordem eclesiástica.
Presenciamos à descrição de Mestres conscientes do seu papel na inculcação de um saber fundamentado na escolástica, em latim e exteriorizado em público por intermédio das «Disputationes». Por outro lado, não devemos perder de vista um grupo de Mestres identificados no âmbito da corrupção, vaidade, luxo e soberba no pleno exercício da sua profissão.
Finalmente, na parte destinada à «Universidade» ficamos a conhecer a grande criação citadina dos séculos XII e XIII. Trata-se de uma abordagem geral e incidente sobre o mecanismo burocrático, económico-social e não menos político em torno de uma corporação que engloba professores, alunos e mecanismos materiais e humanos que lhe dão consistência em termos estruturais.
Apesar de um certo intervencionismo clerical é visível autonomia do ensino. A corporação universitária regeu-se por meio de três privilégios essenciais:
- uma independência no âmbito jurídico relativamente à igreja;
- o direito de greve;
- o controlo do monopólio de atribuição de graus universitários.
Tomando como exemplos as universidades de Bolonha e de Paris, verificamos que na primeira sobressai o papel centralizador do Poder Estudantil, enquanto na segunda o Poder Magistral assume uma posição de controlo em relação ao organismo universitário.
Por intermédio de uma linguagem acessível, mas não de menor erudita acepção, o destinatário do discurso é remetido para um amplo campo de saber.
Verifica-se uma pretensão autoral empenhada em ir além de uma descrição historiográfica cronológica e/ou meramente factual, unificando-se tanto a aspectos de natureza social como de natureza antropológica.
Desde logo, poderemos concluir que temos à nossa disposição uma análise não isolada de outros campos do saber, antes merece ser elogiada por valer-se de um campo interdisciplinar auxiliar à arte historiográfica.
Moulin, apoiado no seu elevado grau de especialização, conseguiu captar a atenção de um público geral, não se confinando a uma directriz circunscrita a um público redutor e selectivo.
Se por um lado, a Universidade é uma criação da Idade média, mais especificamente das cidades dos séculos XII e XIII, por outro lado, não se desprende do sentido de ser e estar actuais.
A Vida Quotidiana dos Estudantes na Idade Média, não é o resultado de uma descrição exausta e sombria de uma realidade separada no tempo e no espaço por largas centenas de anos. Através de um discurso fluído, o autor alude a assuntos capazes de cortar possíveis limitações espaço-temporais. Trata-se da apresentação cuidadosa de um objecto que não se encerra num passado, antes torna-se num presente bem vinculado na realidade das sociedades actuais.
Tendo em conta as palavras de Léo Moulin «Por muito grande e tenaz que seja a vontade de nos mantermos objectivos, como dizia Raymond Aron , imparciais, torna-se impossível ou, pelo menos muito difícil, ao falarmos da Universidade Medieval, não pensarmos (nem fazermos pensar os outros), nos problemas da Universidade de hoje.» (1) O entendimento do período denominado por Idade Média, implica indiscutivelmente o interesse pelo estudo dos pilares que sustentam cerca de dez séculos de história. Numa linha de elementos devemos ter em conta o papel fulcral que a Universidade desempenhou numa sociedade que progressivamente aliou-se a um desejo cognitivo. Contudo, esta exigência de saber não é gratuita e desligada de uma estrutura mental Teocêntrica.
Apesar da inserção estudantil numa tendência anticlerical a erudição só foi possível quando inserida num contexto de união com o Divino. Trata-se da aquisição e gestão de conhecimentos de uma realidade física intrinsecamente ligada a uma realidade Metafísica.
Numa Europa onde sobressai a diversidade, o divino é o factor de unidade - o Todo que agrega o múltiplo acabando por esbater qualquer hipótese compartimentada do real. A Vida Quotidiana dos Estudantes na Idade Média é um precioso material de apoio para o estudo não só do tema Ensino, como e distintamente da sociedade Medieval no seu todo.
Poderá funcionar como uma força motriz capaz de captar e mover atenções do homem do século XXI para o desejo de compreensão do homem medieval.Trata-se de uma obra aprazível, cujo tema central enquadra-se num período histórico fascinante, situando-se no âmbito das mentalidades – campo de grande valia para o estudo historiográfico. Devemos ter em atenção de que tudo começa e acaba no domínio da Mente. Compreender os movimentos (retrocedimentos e avanços) das comunidades ao longo dos tempos passa pela necessidade de um entendimento das mesmas em termos mentais e culturais.
É recomendável a sua leitura não só a um público que vise uma formação no campo da história medieval, assim como a um público mais amplo, que aprecie uma leitura simples, mas culta.
É importante sublinhar que apesar de não ser uma obra original estamos perante uma boa tradução.
No que concerne à estruturação e divisão internas, destaca-se uma clareza na exposição das ideias.
Devemos ter em mente o precioso auxílio de uma importante e extensa bibliografia à qual o autor recorreu para a feitura do presente trabalho. A enunciação pormenorizada das fontes, obras gerais e artigos diversos complementa as escassas notas de rodapé.
Alguns reparos, porém, nos merece este livro, sobretudo, de natureza metodológica – embora o título nos deixe antever um estudo global acerca do estudante na Idade Média, assistimos, sobretudo, na terceira parte a uma tendência de centralismo referente ao papel das universidades de Bolonha e Paris. Por um lado, compreende-se a primazia destas instituições, atendendo à acção dinamizadora e primordial das mesmas. Contudo e apesar do seu valor, não são por si só, detentoras das realidades académicas. Seria proveitoso uma abordagem mais aprofundada em relação às universidades de Lovaina, Rostock, Lérida, Nápoles, Praga, Lisboa/Coimbra, etc., superando uma apresentação interessante, mas não menos sintetizada das mesmas.
A inclusão de um apêndice documental tornaria a obra ainda mais atraente e cativante.
Esperamos que as pequenas lacunas enunciadas sejam devidamente corrigidas numa possível nova edição.
Nada surge do nada, é esta consciência de permanência que suscita no homem a curiosidade de auto-conhecimento. Esta busca histórica é proveitosa na medida que tanto serve como pólo paradigmático a seguir, como de conselho sintomático dos erros a evitar.
Muitos dos aspectos actuais referentes ao tema Universidade tornar-se-ão mais nítidos se analisarmos os seus primórdios.
Pensar o passado é antever o presente e facilitar a possibilidade do futuro.
(1) Na parte estrutural destinada à conclusão, o autor insiste na necessidade de uma compreensão da universidade medieval, sem que haja um desprendimento do conceito actual de universidade.
A alusiva obra tem como grande tese ou assunto central uma abordagem global do Sistema Universitário Medieval. Com esse intuito são enunciadas três grandes temáticas, em torno do Estudante, Mestre e Universidade (enquanto organismo institucional).
É notória uma exposição de várias problemáticas historiográficas. Contudo e apesar de apresentadas de forma clara, não podem oferecer uma visão unilateral de um conjunto de aspectos por vezes dualistas. Torna-se inevitável questionar:
- Como enquadrar um anticlericalismo estudantil evidente, numa sociedade marcadamente Teocêntrica?
- Como definir uma juventude que oscila entre a vagabundagem e um desejo de conhecimento erudito?
- Como explicar uma necessidade extrema de fixação dos docentes ao meio onde leccionam, tendo em atenção que muitos deles não eram o modelo exemplar a seguir?
- Num sistema global, como conciliar dois modelos universitários (Paris e Bolonha), tendo em conta os seus particularismos e individualidades?
Na primeira parte intitulada os Estudantes J. Moulin apresenta-nos o Estudante Medieval, remetendo o leitor para um mundo complexo e ao mesmo tempo dualista. Se por um lado, o espaço citadino poder-se-á confundir com uma certa instabilidade ressaltando a dificuldade de integração do caloiro, não devemos contudo, descorar a acção de um grupo estudantil eufórico, responsável pela criação de um certo clima de insegurança e mal estar gerais. Ao paradigma do bom estudante exaltado em manuais de comportamento como Opera Scholarium, opõe-se uma massa estudantil gastadora, encontrando o expoente máximo de um Radicalismo Revolucionário na Trilogia Goliarda: “Jogo, Vinho e Amor”.
Devemos ter presente a posição estudantil em termos de estatuto social e inevitavelmente um conjunto de privilégios provenientes da sua condição de clérigos.
Evidenciamos um constante interesse estatal em modelar cidadãos, no intuito de os tornar cultos e capazes de assumir funções pragmáticas. As Bolsas de Estudo tanto de iniciativa pública como privada, permitiram o acesso à cultura, mais abrangente em termos sociais e económicos.
A relação Aluno/Mestre torna-se por vezes ambígua. Apesar do número reduzido de Licenciados na realidade, alguns alunos foram além do Bacharelato chegando a receber o Diploma, Livro, Anel e Barrete de Doutor. Curiosamente identifica-se um paralelismo entre o Exame Final e o Juízo Final.
Face a um sentimento de desenraizamento e heterogeneidade racial e cultural, a estrutura estudantil vê emergir organizações de estudantes em nações. Por vezes, este sentimento de extremo nacionalismo irradiará em violentos confrontos entre estudantes.
Na segunda parte designada por «Mestres» é fornecida uma visão global do conceito enunciado. Curiosamente, denotamos que ao longo dos anos o número de docentes aumentou ao passo que o número de estudantes diminuiu. Este aumento de professores liga-se a uma exigência por parte de algumas escolas, em garantir a permanência dos Mestres no mesmo lugar ano após ano.
No que concerne a salários, é notória uma conexão entre o montante e o prestígio do próprio professor. Sem dúvida, sobressai a superioridade salarial e a importância social dos Mestres em Teologia e Direito Canónico, adjunto de privilégios de ordem eclesiástica.
Presenciamos à descrição de Mestres conscientes do seu papel na inculcação de um saber fundamentado na escolástica, em latim e exteriorizado em público por intermédio das «Disputationes». Por outro lado, não devemos perder de vista um grupo de Mestres identificados no âmbito da corrupção, vaidade, luxo e soberba no pleno exercício da sua profissão.
Finalmente, na parte destinada à «Universidade» ficamos a conhecer a grande criação citadina dos séculos XII e XIII. Trata-se de uma abordagem geral e incidente sobre o mecanismo burocrático, económico-social e não menos político em torno de uma corporação que engloba professores, alunos e mecanismos materiais e humanos que lhe dão consistência em termos estruturais.
Apesar de um certo intervencionismo clerical é visível autonomia do ensino. A corporação universitária regeu-se por meio de três privilégios essenciais:
- uma independência no âmbito jurídico relativamente à igreja;
- o direito de greve;
- o controlo do monopólio de atribuição de graus universitários.
Tomando como exemplos as universidades de Bolonha e de Paris, verificamos que na primeira sobressai o papel centralizador do Poder Estudantil, enquanto na segunda o Poder Magistral assume uma posição de controlo em relação ao organismo universitário.
Por intermédio de uma linguagem acessível, mas não de menor erudita acepção, o destinatário do discurso é remetido para um amplo campo de saber.
Verifica-se uma pretensão autoral empenhada em ir além de uma descrição historiográfica cronológica e/ou meramente factual, unificando-se tanto a aspectos de natureza social como de natureza antropológica.
Desde logo, poderemos concluir que temos à nossa disposição uma análise não isolada de outros campos do saber, antes merece ser elogiada por valer-se de um campo interdisciplinar auxiliar à arte historiográfica.
Moulin, apoiado no seu elevado grau de especialização, conseguiu captar a atenção de um público geral, não se confinando a uma directriz circunscrita a um público redutor e selectivo.
Se por um lado, a Universidade é uma criação da Idade média, mais especificamente das cidades dos séculos XII e XIII, por outro lado, não se desprende do sentido de ser e estar actuais.
A Vida Quotidiana dos Estudantes na Idade Média, não é o resultado de uma descrição exausta e sombria de uma realidade separada no tempo e no espaço por largas centenas de anos. Através de um discurso fluído, o autor alude a assuntos capazes de cortar possíveis limitações espaço-temporais. Trata-se da apresentação cuidadosa de um objecto que não se encerra num passado, antes torna-se num presente bem vinculado na realidade das sociedades actuais.
Tendo em conta as palavras de Léo Moulin «Por muito grande e tenaz que seja a vontade de nos mantermos objectivos, como dizia Raymond Aron , imparciais, torna-se impossível ou, pelo menos muito difícil, ao falarmos da Universidade Medieval, não pensarmos (nem fazermos pensar os outros), nos problemas da Universidade de hoje.» (1) O entendimento do período denominado por Idade Média, implica indiscutivelmente o interesse pelo estudo dos pilares que sustentam cerca de dez séculos de história. Numa linha de elementos devemos ter em conta o papel fulcral que a Universidade desempenhou numa sociedade que progressivamente aliou-se a um desejo cognitivo. Contudo, esta exigência de saber não é gratuita e desligada de uma estrutura mental Teocêntrica.
Apesar da inserção estudantil numa tendência anticlerical a erudição só foi possível quando inserida num contexto de união com o Divino. Trata-se da aquisição e gestão de conhecimentos de uma realidade física intrinsecamente ligada a uma realidade Metafísica.
Numa Europa onde sobressai a diversidade, o divino é o factor de unidade - o Todo que agrega o múltiplo acabando por esbater qualquer hipótese compartimentada do real. A Vida Quotidiana dos Estudantes na Idade Média é um precioso material de apoio para o estudo não só do tema Ensino, como e distintamente da sociedade Medieval no seu todo.
Poderá funcionar como uma força motriz capaz de captar e mover atenções do homem do século XXI para o desejo de compreensão do homem medieval.Trata-se de uma obra aprazível, cujo tema central enquadra-se num período histórico fascinante, situando-se no âmbito das mentalidades – campo de grande valia para o estudo historiográfico. Devemos ter em atenção de que tudo começa e acaba no domínio da Mente. Compreender os movimentos (retrocedimentos e avanços) das comunidades ao longo dos tempos passa pela necessidade de um entendimento das mesmas em termos mentais e culturais.
É recomendável a sua leitura não só a um público que vise uma formação no campo da história medieval, assim como a um público mais amplo, que aprecie uma leitura simples, mas culta.
É importante sublinhar que apesar de não ser uma obra original estamos perante uma boa tradução.
No que concerne à estruturação e divisão internas, destaca-se uma clareza na exposição das ideias.
Devemos ter em mente o precioso auxílio de uma importante e extensa bibliografia à qual o autor recorreu para a feitura do presente trabalho. A enunciação pormenorizada das fontes, obras gerais e artigos diversos complementa as escassas notas de rodapé.
Alguns reparos, porém, nos merece este livro, sobretudo, de natureza metodológica – embora o título nos deixe antever um estudo global acerca do estudante na Idade Média, assistimos, sobretudo, na terceira parte a uma tendência de centralismo referente ao papel das universidades de Bolonha e Paris. Por um lado, compreende-se a primazia destas instituições, atendendo à acção dinamizadora e primordial das mesmas. Contudo e apesar do seu valor, não são por si só, detentoras das realidades académicas. Seria proveitoso uma abordagem mais aprofundada em relação às universidades de Lovaina, Rostock, Lérida, Nápoles, Praga, Lisboa/Coimbra, etc., superando uma apresentação interessante, mas não menos sintetizada das mesmas.
A inclusão de um apêndice documental tornaria a obra ainda mais atraente e cativante.
Esperamos que as pequenas lacunas enunciadas sejam devidamente corrigidas numa possível nova edição.
Nada surge do nada, é esta consciência de permanência que suscita no homem a curiosidade de auto-conhecimento. Esta busca histórica é proveitosa na medida que tanto serve como pólo paradigmático a seguir, como de conselho sintomático dos erros a evitar.
Muitos dos aspectos actuais referentes ao tema Universidade tornar-se-ão mais nítidos se analisarmos os seus primórdios.
Pensar o passado é antever o presente e facilitar a possibilidade do futuro.
(1) Na parte estrutural destinada à conclusão, o autor insiste na necessidade de uma compreensão da universidade medieval, sem que haja um desprendimento do conceito actual de universidade.