A propósito do terramoto de 1755...
Jácome Ratton (1736-1822)
Vera Grilo, Historiadora
Jácome Ratton, nasceu em Monestier de Briançon no dia 7 de Julho de 1736 e faleceu em Lisboa entre os anos de 1821 e de 1822. Uma vez que, devido a negócios, os seus pais Jacques Jácome Ratton e Françoise Bellon vieram para Portugal, Jácome acabou por vir também para este país, acabando mais tarde por pedir a nacionalidade. Inicialmente, e como tinham sociedade comercial com o tio materno de Jácome, radicaram-se no Porto. A partir de 1747, devido ao sucesso da atividade mercantil, mudaram-se para a cidade de Lisboa celebrando comércio com a França, a Inglaterra e a Holanda. Alguns anos mais tarde, Jácome seguiu o negócio familiar e aproveitando o fomento industrial e comercial da política pombalina desenvolveu significativamente estas atividades. Foram diversos os projetos em que enveredou assinalando-se os mais representativos uma fábrica de chitas, uma fábrica de papel, uma tinturaria e uma fábrica de chapéus finos (1764). Em 1789 com a parceria de Timóteo Lecussan Verdier criou a fábrica de fiação de algodões de Tomar. Por volta de 1767, explorou umas marinhas de sal na Barroca de Alva, próximo de Alcochete.
Outra das atividades à qual se dedicou foi a arboricultura tendo criado um viveiro de amoreiras brancas com cerca de 12.000 pés, plantado o primeiro eucalipto em Portugal e a primeira araucária ainda presente na quinta dos duques de Palmela, no Lumiar.
Para mais, desempenhou a função de Deputado do Tribunal Supremo da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação. Foi ainda nomeado fidalgo cavaleiro da Casa Real e cavaleiro da Ordem de Cristo.
No contexto das Invasões Francesas o seu nome foi ligado aos subversivos jacobinos sendo preso em São Julião da Barra, seguindo depois para a ilha Terceira e ficando exilado em Inglaterra até 1815. Regressou a Lisboa logo que pode sair do exílio e faleceu nesta cidade entre 1821 e 1822.
Quando ocorreu o terramoto (1755), Jácome Ratton vivia com os pais em Lisboa presenciando na primeira pessoa a dimensão da tragédia que se abateu sobre a cidade. Mais tarde, entre as memórias que deixou registadas para os seus filhos, descreve as que se prendem ao dia um de Novembro do dito ano. Assim sendo, e de forma pormenorizada dá informações desde o momento em que Lisboa começou a ruir até aos dias subsequentes. Fala do ânimo das pessoas na luta pela sobrevivência e na procura desenfreada pelos sobreviventes desta hecatombe. Embora, depois da catástrofe Jácome tenha permanecido na cidade, refere que os seus pais acabam por abandonar a mesma, uma vez que o comércio e a indústria estavam gravemente afectados, e por se fixar, novamente, no Porto. As suas memórias escritas e publicadas por ele em 1813 são ainda hoje uma importante fonte para o estudo da presente temática.
Extraídas da sua obra, seguem-se algumas páginas alusivas a este acontecimento onde Jácome descreve detalhadamente a envolvência de algo com uma dimensão indescritível.
RATTON, Jácome, 1736-1820; Manuel, Francisco de Melo, 1773-1851, encade. Recordacoens de Jacome Ratton … sobre occurrencias do seu tempo em Portugual, durante o lapso de sesenta e três anos e meio, alias de Maio 1747 a Setembro de 1810 que rezidio em Lisboa: Acompanhadas de algumas subsequentes reflexoens suas, para informaçoens de seus próprios filhos: com documentos no fim . Londres : Impresso por H. Bryer, 1813.
(Biblioteca Nacional de Portugal, Cota - L. 61161 V).
Outra das atividades à qual se dedicou foi a arboricultura tendo criado um viveiro de amoreiras brancas com cerca de 12.000 pés, plantado o primeiro eucalipto em Portugal e a primeira araucária ainda presente na quinta dos duques de Palmela, no Lumiar.
Para mais, desempenhou a função de Deputado do Tribunal Supremo da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação. Foi ainda nomeado fidalgo cavaleiro da Casa Real e cavaleiro da Ordem de Cristo.
No contexto das Invasões Francesas o seu nome foi ligado aos subversivos jacobinos sendo preso em São Julião da Barra, seguindo depois para a ilha Terceira e ficando exilado em Inglaterra até 1815. Regressou a Lisboa logo que pode sair do exílio e faleceu nesta cidade entre 1821 e 1822.
Quando ocorreu o terramoto (1755), Jácome Ratton vivia com os pais em Lisboa presenciando na primeira pessoa a dimensão da tragédia que se abateu sobre a cidade. Mais tarde, entre as memórias que deixou registadas para os seus filhos, descreve as que se prendem ao dia um de Novembro do dito ano. Assim sendo, e de forma pormenorizada dá informações desde o momento em que Lisboa começou a ruir até aos dias subsequentes. Fala do ânimo das pessoas na luta pela sobrevivência e na procura desenfreada pelos sobreviventes desta hecatombe. Embora, depois da catástrofe Jácome tenha permanecido na cidade, refere que os seus pais acabam por abandonar a mesma, uma vez que o comércio e a indústria estavam gravemente afectados, e por se fixar, novamente, no Porto. As suas memórias escritas e publicadas por ele em 1813 são ainda hoje uma importante fonte para o estudo da presente temática.
Extraídas da sua obra, seguem-se algumas páginas alusivas a este acontecimento onde Jácome descreve detalhadamente a envolvência de algo com uma dimensão indescritível.
RATTON, Jácome, 1736-1820; Manuel, Francisco de Melo, 1773-1851, encade. Recordacoens de Jacome Ratton … sobre occurrencias do seu tempo em Portugual, durante o lapso de sesenta e três anos e meio, alias de Maio 1747 a Setembro de 1810 que rezidio em Lisboa: Acompanhadas de algumas subsequentes reflexoens suas, para informaçoens de seus próprios filhos: com documentos no fim . Londres : Impresso por H. Bryer, 1813.
(Biblioteca Nacional de Portugal, Cota - L. 61161 V).
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